Carta do autor

29-12-2010 21:04

Depois que recebemos a resposta da editora Sextante, a Mariana nos mandou também uma carta que o Pat escreveu para os seus fãs a respeito do segundo livro.

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Nesse fim de semana, tivemos uma tempestade de neve no meio-oeste dos Estados Unidos, gigantesca o bastante para derrubar alguns prédios, fechar estradas e matar pessoas. Também houve relatos de um cordeiro que nasceu com duas cabeças e cantava com a voz de uma criança pequena. Estrelas caíram do céu, houve uma chuva de sangue e as pessoas descobriram que podiam twittar 145 caracteres.
Além disso, eu entreguei a versão final de The Wise Man’s Fear para os editores. Tenho certeza de que foi uma mera coincidência.
Com esse tom despojado, Patrick Rothfuss nos deu uma notícia muito esperada: após deixar seus fãs na maior expectativa e enlouquecer seus editores no mundo todo, ele finalmente saiu de sua clausura com o texto final de The Wise Man’s Fear, segundo volume da trilogia As Crônicas do Matador do Rei.
Além da irreverente declaração em seu blog (que pode ser lida na íntegra aqui pela galera que entende de inglês), o autor fez um mea culpa sobre o atraso do manuscrito (previsto inicialmente para 2008!) e fez veicular, através de seu agente literário, uma carta para editoras e fãs no mundo inteiro. Nosso colaborador Rafael traduziu a carta para o português, e o resultado você vê abaixo:
 
THE WISE MAN’S FEAR, de Patrick Rothfuss
Carta do autor
 
“Existem três coisas que todos os homens sábios temem: o mar em fúria, uma noite sem lua e a raiva de um homem gentil.”
Por causa de sua rivalidade com um proeminente membro  da nobreza, Kvothe se vê obrigado a abandonar a Universidade e se aventurar pelo mundo à procura de seu destino.
Em sua busca pela verdade sobre o Chandriano, Kvothe conhece desde a emaranhada política da corte de Maer Alverton, passando pelos morros tempestuosos de Admre até os confins do reino de Fae.
Conforme Kvothe trilha seus primeiros passos para se tornar um herói, ele aprende sobre a magia e o amor e enfrenta as dificuldades que surgem ao se tornar uma lenda viva. Mas, sua maior lição será aprender por que existem três coisas que todos os sábios temem.
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O trajeto tem sido longo.
Em 2007, quando “O nome do vento” chegou às livrarias, eu estava radiante. Tinha certeza de que terminaria o segundo livro em um ano. Eu sabia que ia conseguir.
Para a minha sorte, tenho uma boa editora. Alguns dias depois de receber meu primeiro rascunho de “The Wise Man’s Fear“, ela me ligou.
“Está muito cru.”, disse ela.
“Eu sei.”, respondi, “Mas não se preocupe, tenho certeza que posso terminar a tempo.”
“Partes inteiras da história estão faltando.”, insistiu ela. “Se vamos manter nossa programação, você tem que terminar tudo em dois meses.”
“Eu sei que consigo terminar.”, disse. “Só preciso escrever 12 horas por dia. Não me incomodo em perder algumas horas de sono.”
“Não.”, disse ela. “Queremos que este livro seja tão bom quanto ‘O nome do vento’. Vou tirá-lo de produção. Você precisa de mais tempo.”
Senti como se um peso tivesse sido tirado de minhas costas. “Graças a Deus!”, exclamei.
Desde então, estive revisando. Adicionei 100.000 palavras ao manuscrito. Expandi subtramas, reforcei personagens e melhorei a tensão na história. Tirei algumas palavras extras e alguns pedaços chatos. Ajustei e remexi a história sem parar.
Resumindo, fiz tudo o que tornou “O nome do vento” ótimo. Minha editora me deu tempo para escrever algo que vale a pena e eu soube aproveitar esse tempo.
Se o livro tivesse saído em 2008, o resultado teria me decepcionado, assim como a vários leitores. Mas agora posso dizer que o livro é o melhor que eu pude fazer. É um livro de que tenho orgulho. É um livro que estou ansioso para dividir com vocês.
Sinceramente,
Patrick Rothfuss

 

Ainda estamos aguardando a chegada do texto para produção. O sigilo é tanto que os agentes não quiseram enviar arquivos eletrônicos para ninguém, e aguardamos a chegada do texto impresso pelos correios – que, todo brasileiro sabe, ficam malucos na época das festas. Mesmo assim, faremos de tudo para levar o livro às prateleiras no segundo semestre de 2011!
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Obrigado editora Sextante!
 
 

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